SEVILHA (ANDALUZIA)

 


João Cabral andava por Sevilha e criava poesia. O poeta morou na Espanha por 14 anos, alguns deles em Sevilha. Pelo caminhar, conheceu intimamente a cidade, que descrevia poeticamente como mulher. Nos poucos dias que estivemos em Sevilha, andei muito, certamente bem menos que J.C. de Melo Neto, mas o suficiente para entender por que ele se encantou tanto pela capital da Andaluzia

Optamos pela hospedagem em um apartamento tipo flat ao invés de um hotel. Antes do “boom do Airbnb” já me parecia mais interessante. Edifício reabilitado, espaço amplo, decoração contemporânea, todas as facilidades (fogão, geladeira, micro ondas, lava-louça) e próximo ao centro. A Catedral e o Alcazar ficavam a 10 minutos de caminhada pela Av. Constituicion, transformada em pedestrial, com transvia (como os espanhóis denominam o VLT) e ciclovia.

No primeiro dia, seguindo o roteiro turístico, visitamos a Catedral, a Giralda e o Alcazar. Depois andamos pelas ruas do centro e fizemos compras no El Corte Inglês para cozinhar “em casa”. As comidas feitas por Divina ficaram muito melhor do que as comemos na rua, especialmente a paella que fez com ingredientes comprados no Mercado de Triana.

Nos días seguintes conhecemos a Torre Del Oro, a Plaza de Toros, a Plaza España e outros monumentos. E explorei a pé o lado menos turístico do Centro, onde me deparei com o Metropol Parasol, apelidado popularmente de “Las Setas de la Encarnación”, por conta de sua estrutura em madeira, que lembra a de um cogumelo. Ainda tivemos tempo de andar de bicicleta na orla do Canal de Alfonso XVIII (antigo curso do rio Guadalquivir) e descobrir arte urbana sob as pontes do rio, uma delas projetada pelo estelar arquiteto Santiago Calatrava.

Uma noite fomos caminhando até Triana, procurando por uma casa de flamenco, que não fosse uma das turísticas tradicionais. Atravessamos a linda Ponte de Triana, admirando a beleza dourada das luzes urbanas refletidas no Canal, mas do outro lado do rio, a cidade estava praticamente deserta. Era uma segunda-feira e quase tudo estava fechado. Voltando, um tanto desolados, encontramos uma pequena “pizzeria” aberta, quase um pub, onde comemos uma deliciosa pizza e bebemos um bom vinho espanhol, ouvindo uma ótima seleção de músicas, o que nos salvou a noite. Pouco andaluz, mas muito sevilhano no acolhimento.  


Concordando com João Cabral: “Há que sevilhizar a vida. Há que sevilhizar o mundo”.

 

Texto e Fotos: Sergio Jatobá




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