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Mostrando postagens de 2021

DANÇARINOS DE XI’AN

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  Xi’an tem 3100 anos de história e foi capital do império chinês durantes as dinastias Chin  (255 a 206 a.C.),  Hã  (202 a.C. a 25 d.C.) e  Tangue  (618 a 907). No passado era o ponto mais oriental da Rota da Seda e na atualidade é conhecida turisticamente por abrigar a coleção dos Guerreiros de Terracota ou Exército de Xi’an, milhares de esculturas executadas a mando de  Qin Shi Huang , o primeiro  imperador da China , ao lado do seu mausoléu.  Outra atração histórica é a Muralha de Xi’an (Xi’an City Wall), construída entre 1374 e 1378, que cerca a cidade velha. Com formato retangular, a Muralha tem 13,7 km de perímetro e uma base que chega a 16 metros de largura. Na sua parte superior há uma larga passarela por onde é possível caminhar ou andar de bicicleta. E essa é uma das atividades mais populares na cidade, especialmente no final da tarde.  É nessa hora, também, que os chineses praticam coletivamente a dança nas praças e espaços públicos. A dança coletiva é um ancestral costume

ROTEIRO ARQUITETÔNICO EM TÓQUIO

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  Na nossa primeira viagem ao Japão, em 2015, comentei com nosso filho Júlio e a nora, Megumi, que é japonesa, que gostaria de visitar algumas obras de arquitetura na nossa estadia em Tóquio. Citei uns dez projetos que gostaria de conhecer, mas disse que me contentaria em visitar somente quatro ou cinco deles, porque sabia que, dentre tantas atrações turísticas na cidade, o nosso tempo era restrito para ocupá-lo com um roteiro arquitetônico, que seria mais do meu interesse individual. A resposta que obtive foi surpreendente: um roteiro completo, elaborada por Megumi, incluindo as dez obras citadas, programado para um dia inteiro de visitas, com todas as estações e viagens de metrô previamente pesquisadas, percursos a pé, tempos de deslocamentos e visitas, horários definidos e todo périplo organizado e otimizado para atingirmos nosso objetivo em aproximadamente 12 horas. De modo que eu não ficaria sem conhecer todas as obras citadas e não atrapalharia os demais dias de visitas programad

MARBELLA

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  Marbella é uma cidade com pouco mais de 140 mil habitantes, situada na comunidade de Andaluzia, perto de Málaga. Por estar na Costa do Sol, afamada faixa de veraneio no Mediterrâneo e ser ponto de embarque de barcos para Ibiza, é conhecida mais como cidade baladeira e point de celebridades. Não fomos até lá por conta dessa fama e sim para encontrar uma amiga, que ali residia e nos recebeu muito bem, além de nos mostrar um outro lado de Marbella. Começamos pelo centro histórico ( casco viejo ), que é pequeno e não tem a riqueza patrimonial das cidades andaluzes mais conhecidas, mas é muito simpático e agradável de caminhar. Tem a mesma aparência dos centros de Córdoba, Sevilha, Granada e alguns pueblos da Andaluzia, com casas brancas, flores nas sacadas, pátios árabes, elementos mouriscos em azulejos, portas e janelas. O tamanho reduzido, porém, lhe dá uma intimidade que cria empatia com o visitante. Depois fomos ao inevitável passeio na rambla à beira-mar (Passeo Marítimo) repleta

TIPOS INFAMES EM MADRI

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  Estou sentado em frente à janela de uma livraria na Calle de San Joaquín em Madri, lendo um livro, bebendo um vinho e mirando a rua. Da rua, também me olham na ampla janela da “Tipos Infames – libros y vinos”. Ali dentro o ambiente é acolhedor: um pequeno balcão de bar, à direita de quem entra, um quadro negro com o cardápio de vinos, tapas e bocadillos ; estantes de livros, algumas mesas e cadeiras, pessoas lendo e bebendo quase em silêncio. Uma típica livraria de bairro em uma cidade e país onde o prazer de fazer e consumir literatura e vinhos é uma tradição secular.  Pergunto por livros de Enrique Vila-Matas. O atendente e barmam se surpreende de um brasileiro conhecer um escritor espanhol contemporâneo, que mesmo espanhóis não conhecem muito. Me mostra uma coletânea de ensaios sobre literatura e autores que não havia sido publicada em português: “Una vida absolutamente maravilhosa”. Era esse o livro que degustava, junto com um tinto Ribeira de Duero , enquanto olhava a rua e pe

SEVILHA (ANDALUZIA)

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  João Cabral andava por Sevilha e criava poesia. O poeta morou na Espanha por 14 anos, alguns deles em Sevilha. Pelo caminhar, conheceu intimamente a cidade, que descrevia poeticamente como mulher. Nos poucos dias que estivemos em Sevilha, andei muito, certamente bem menos que J.C. de Melo Neto, mas o suficiente para entender por que ele se encantou tanto pela capital da Andaluzia Optamos pela hospedagem em um apartamento tipo flat ao invés de um hotel. Antes do “boom do Airbnb” já me parecia mais interessante. Edifício reabilitado, espaço amplo, decoração contemporânea, todas as facilidades (fogão, geladeira, micro ondas, lava-louça) e próximo ao centro. A Catedral e o Alcazar ficavam a 10 minutos de caminhada pela Av. Constituicion , transformada em pedestrial, com transvia (como os espanhóis denominam o VLT) e ciclovia. No primeiro dia, seguindo o roteiro turístico, visitamos a Catedral, a Giralda e o Alcazar. Depois andamos pelas ruas do centro e fizemos compras no El Corte Inglês

OS AROMAS DE CÓRDOBA (ANDALUZIA)

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  Os aromas estão no ar de Córdoba, ao andar pelas ruas do seu centro histórico. Assim os descreveu Divina, quando da nossa visita à cidade: “ O perfume das laranjeiras acompanharam as caminhadas, sobretudo as noturnas. Como nem tudo são flores ou laranjeiras, o fedor dos cavalos também se sobressaiu. Eu diria que Córdoba é uma cidade dúbia, um lado que nos remete à natureza animal, capaz de destruir e maquiar a história - fedor das fezes - e um lado que nos remete à pureza e resignação da natureza humana - olor de Azahar.”  O Azahar , flor de los naranjos , remete à herança dos mouros e dos tempos em que a cidade foi a capital do Califado de Córdoba (Khilāfat Qurṭuba). O estrume animal aos cavalos que ainda se pode ver trafegando em charretes nos passeios turísticos, mas que também alude ao “ caballo andaluz ”, famosa raça, conhecida desde a antiguidade romana naquela região. Os aromas estão nas calles de Córdoba. A Calleja de las Flores, com seus balcões e vasos floridos é uma delas,

A MEZQUITA DE CORDOBA (ANDALUZIA)

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  Nossa viagem à Andaluzia começou em Madri, na Estação Atocha. No trem para Cordoba o céu se nublou. Mas a chuva só veio a cair no domingo a tarde, quando saíamos da Mezquita. Há muitos anos não fazia  tanto calor como nos quatro dias anteriores à nossa chegada à cidade que foi nossa porta de entrada em Andaluzia. Chegamos em um sábado pela manhã. Nosso hotel ficava na Calle Romero Bastos , no coração do centro histórico, a apenas 8 minutos à pé da Mezquita. Mas só fomos visitá-la no dia seguinte. Antes, percorremos todo o centro, passando por fora dela, admirando primeiro o seu exterior, preparando-nos para a visita interna, que já imaginávamos surpreendente, no domingo. A Mezquita é uma construção “quase impossível”, como álguem já disse. Uma mesquita mulçulmana dentro de uma catedral católica, situada no meio de um bairro judeu. Um exemplo da convivência religiosa entre três culturas tão díspares? Na verdade, a história mostra que nesse caso foi bem o contrário. A grande mesquita d