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Mostrando postagens de setembro, 2020

LA GUARDA (ESPANHA)

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Decidi visitar “La Guardia” (ou “La Guarda” na versão galega), pequena cidade situada na Galícia/Espanha, com 10 mil habitantes, viajando pelo GoogleMaps. Descobri essa graciosa vila de pescadores, situada na desembocadura do Rio Minho, por acaso, enquanto explorava virtualmente a divisa entre o Norte de Portugal e a Galícia. Uma singela orla que se fecha em um pequeno porto, conformado por uma baia, resguarda a vila da imensidão do Atlântico, a frente. Pouco mais ao sul está a ampla foz do Minho, onde em uma ilhota se destaca o Forte de São João da Ínsua , construído em 1392. No alto, o Castro Santa Trega, sitio arqueológico do Século I a.C, situado no monte de mesmo nome, de onde se vislumbram vistas espetaculares dessa paisagem. Esse conjunto de características e outras que só vim a conhecer presencialmente, contudo, não explicam totalmente a atração que tive por aquele local no momento em que primeiro o visitei na tela de um computador, a milhares de quilômetros dali, separados por

Český Krumlov

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  Algumas cidades medievais europeias  parecem ter saído de um conto de fadas. Na verdade esse dizer, que é um lugar comum para descrever locais e paisagens mágicas, fez todo o sentido para mim quando visitamos Český Krumlov na região da Boêmia ao sul da República Tcheca. Distante cerca de 170 km de Praga, Český Krumlov foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade em 1992. Com 15 mil habitantes é uma pequena joia urbana preservada com edificações nos estilos góticos, renascentista e barroco. Um dos motivos do seu encanto é a sua topografia peculiar, com o conjunto urbano se desenvolvendo em uma curva do rio Moldava. Se consegue percebê-la melhor da torre do Castelo de ČeskýKrumlov . Do alto, a visão que se tem do centro histórico é mágica. Coisa para não esquecer ou querer ficar ali para sempre ou pelo menos por um longo tempo de contemplação idílica. Andar sem destino pelas ruas pedestriais da área central é outra experiência que nos transporta no tempo. Talvez nem tanto, porque a p

RÅLAMBSHOVSPARKEN (ESTOCOLMO)

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  Em viagens, gosto de acordar cedo para visitar lugares interessantes antes que os turistas o invadam. Em Estocolmo foi diferente porque madruguei para correr e não para visitar pontos turísticos. Na primavera dos países nórdicos isso se torna mais fácil pois o dia amanhece muito cedo. Antes das 6:00 já estava claro quando saí do nosso hotel, que ficava em Kungsholmes, uma ilha constituída por sete bairros, situada a aproximadamente 2 km do centro de Estocolmo. Meu destino seria o Rålambshovsparken, um grande parque às margens do Lago Mälaren, freqüentado majoritamente por moradores locais. Em 15 minutos andando cheguei ao parque, local ideal e muito tranquilo para uma corrida matinal. Inaugurado em 1936 e muito popular em Estocolmo, o Rålambshovsparken estava praticamente deserto àquela hora A paisagem, com muito verde e a visão do Lago era perfeitamente bucólica.  No meu percurso passei por algumas esculturas espalhadas pelo parque, o anfiteatro, onde em 2018 Greta Thunberg , então

BERGSPRÄNGARGRÄND (ESTOCOLMO)

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  Descobrir lugares não programados no roteiro turístico é um dos meus prazeres em viagens. Em Estocolmo fomos acompanhar nossa nora, filho e neta a um passeio próximo à Igreja de Sofia no bairro de Södermalm . No meio do caminho passamos por um parque infantil e essa é uma atração “turística” irresistível  para a nossa neta Flora. Por ali  ficamos um bom tempo, enquanto ela se divertia com as crianças do local. Depois de brincar com a neta e observar sem muita pressa a rotina dos moradores do bairro em um típico domingo, fui procurar a Igreja Sofia. A encontrei ao subir uma colina, conhecida como Montanhas Branca, no Parque Vita Bergen, a poucos metros dali. A Igreja Sofia, inaugurada em 1907, é uma construção neoclássica, no estilo românico, projetada pelo arquiteto sueco Gustaf Hermansson. Com suas paredes em granito vermelho claro e telhados em cobre na cor verde é uma estrutura imponente, mas minha maior atenção se voltou para uma pequena rua não pavimentada com casas de madeira q

BERGEN (NORUEGA)

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  Fomos à Bergen por conta de um motivo especial: o encontro com nosso filho, nora e neta, que moram em Macau. Progamamos uma viagem conjunta pela Escandinávia e Bergen foi o porto final dela, após um cruzeiro pelos fiordes noruegueses. Apesar de ser a   segunda cidade em população da Noruega, Bergen tem 250 mil habitantes e parece uma cidade menor e acolhedora. Bryggen, o antigo cais que fica às margens da baia na parte oriental do fiorde de entrada de Bergen, é a parte histórica e foi declarada patrimônio cultural da humanidade em 1979. Ali prevalecem as casas coloridas em madeira, que são o seu principal cenário turístico. No passado foi importante porto da Liga Hanseática, aliança de cidades mercantis que vigorou entre as Idades Média e Moderna, nos séculos XII a XVII. Os vikings ocuparam a região antes do século XIV. Em 1702 houve um grande incêndio que destruiu várias casas no cais. Outro, mais recente, ocorreu em 1955. Mas parte das casas coloridas de Bryggen foi reconstruída e

HUNDERTWASSER HOUSE (VIENA)

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Para quem não o conhece, Friedensreich Hundertwasser (1928-2000) foi um artista e arquiteto austríaco (nascido na Nova Zelândia), conhecido por suas pinturas multicoloridas e com formas orgâncias e por sua arquitetura de igual característica. E se na pintura esses elementos já chamavam a atenção, imagina em edifícios, que ficaram famosos pelas formas não retilíneas e cores nada discretas e se tornaram manifestos contra a arquitetura racionalista, típica do modernismo, que Hundertwasser rejeitava. Pessoalmente, nunca rejeitei o modernismo, que tem muitas qualidades arquitetônicas, dentre elas a elegância das formas. Mas me impactei positivamente pela obra de Hundertwasser desde a primeira vez a vi, ilustrando a capa de uma revista sobre habitação, quando ainda estava na faculdade de arquitetura. A tela repleta de cores vivas parecia uma pintura abstrata, mas apresentava desenhos estilizados de casas e pessoas, tendo ao fundo uma trama que simulava um loteamento. Na verdade, lembrava um