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Mostrando postagens de 2020

ARCOS DE LA FRONTERA (ANDALUZIA)

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  Visitamos Arcos de La Frontera antes de chegar à Ronda. Portanto, foi a primeira visão de uma cidade que mira o abismo que tivemos, preparando nos para a experiência de Ronda. Foi também o primeiro dos Pueblos Blancos de Andaluzia que conhecemos. Arcos costuma ser um dos primeiros lugares a ser visitado pelos turistas em um roteiro pelos Pueblos de Andaluzia e assim também foi conosco. Usando (ou abusando de) uma imagem paranomásica, eu diria que passar por Arcos, para nós, foi atravessar a fronteira que separa as cidades comuns das abissais. Vale do Rio Guadalete do Mirador De La Peña. A alvidez do conjunto urbano, assentado sobre um penhasco, em contraste com o azul límpido do ceú é um encanto imediato quando se vê, pela primeira vez, uma foto panorâmica de Arcos de La Frontera. Mas não é a primeira visão que se tem do povoado quando se chega de carro, vindo de Sevilha. Um escuro e desinteressante estacionamento, situado em uma garagem subterrânea, é a parada final do trajeto autom

CAIS DO SERTÃO (RECIFE)

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  O Centro Cultural Cais do Sertão localiza-se junto ao Marco Zero na cidade do Recife e é fruto da reabilitação de uma área do antigo Porto. Foi projetado pela BrasilArquitetura , sociedade entre os arquitetos Marcelo Ferraz, Francisco Fanucci e Pedro Del Guerra. Ferraz foi colaborador próximo de Lina Bo Bardi e com ela projetou, com a participação de Marcelo Suzuki, obras como a do Sesc Pompeia. A Brasil Arquitetura tem projetos premiados como a Praça das Artes no centro de São Paulo, o Bairro Amarelo em Berlim e o Museu Rodin Bahia. O escritório é considerado um dos mais importante na Arquitetura contemporânea brasileira. O conjunto, inaugurado em 2018, é composto pelo M useu em homenagem à Luiz Gonzaga e à arte e cultura do sertão nordestino, um restaurante no terraço e áreas de convívio, como a do vão central de 65 metros, claramente inspirado no MASP.  Entretanto, a beleza arquitetônica e seu sentido simbólico e poético de promover a aproximação do sertão com o mar estão ameaça

LA GUARDA (ESPANHA)

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Decidi visitar “La Guardia” (ou “La Guarda” na versão galega), pequena cidade situada na Galícia/Espanha, com 10 mil habitantes, viajando pelo GoogleMaps. Descobri essa graciosa vila de pescadores, situada na desembocadura do Rio Minho, por acaso, enquanto explorava virtualmente a divisa entre o Norte de Portugal e a Galícia. Uma singela orla que se fecha em um pequeno porto, conformado por uma baia, resguarda a vila da imensidão do Atlântico, a frente. Pouco mais ao sul está a ampla foz do Minho, onde em uma ilhota se destaca o Forte de São João da Ínsua , construído em 1392. No alto, o Castro Santa Trega, sitio arqueológico do Século I a.C, situado no monte de mesmo nome, de onde se vislumbram vistas espetaculares dessa paisagem. Esse conjunto de características e outras que só vim a conhecer presencialmente, contudo, não explicam totalmente a atração que tive por aquele local no momento em que primeiro o visitei na tela de um computador, a milhares de quilômetros dali, separados por

Český Krumlov

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  Algumas cidades medievais europeias  parecem ter saído de um conto de fadas. Na verdade esse dizer, que é um lugar comum para descrever locais e paisagens mágicas, fez todo o sentido para mim quando visitamos Český Krumlov na região da Boêmia ao sul da República Tcheca. Distante cerca de 170 km de Praga, Český Krumlov foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade em 1992. Com 15 mil habitantes é uma pequena joia urbana preservada com edificações nos estilos góticos, renascentista e barroco. Um dos motivos do seu encanto é a sua topografia peculiar, com o conjunto urbano se desenvolvendo em uma curva do rio Moldava. Se consegue percebê-la melhor da torre do Castelo de ČeskýKrumlov . Do alto, a visão que se tem do centro histórico é mágica. Coisa para não esquecer ou querer ficar ali para sempre ou pelo menos por um longo tempo de contemplação idílica. Andar sem destino pelas ruas pedestriais da área central é outra experiência que nos transporta no tempo. Talvez nem tanto, porque a p

RÅLAMBSHOVSPARKEN (ESTOCOLMO)

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  Em viagens, gosto de acordar cedo para visitar lugares interessantes antes que os turistas o invadam. Em Estocolmo foi diferente porque madruguei para correr e não para visitar pontos turísticos. Na primavera dos países nórdicos isso se torna mais fácil pois o dia amanhece muito cedo. Antes das 6:00 já estava claro quando saí do nosso hotel, que ficava em Kungsholmes, uma ilha constituída por sete bairros, situada a aproximadamente 2 km do centro de Estocolmo. Meu destino seria o Rålambshovsparken, um grande parque às margens do Lago Mälaren, freqüentado majoritamente por moradores locais. Em 15 minutos andando cheguei ao parque, local ideal e muito tranquilo para uma corrida matinal. Inaugurado em 1936 e muito popular em Estocolmo, o Rålambshovsparken estava praticamente deserto àquela hora A paisagem, com muito verde e a visão do Lago era perfeitamente bucólica.  No meu percurso passei por algumas esculturas espalhadas pelo parque, o anfiteatro, onde em 2018 Greta Thunberg , então

BERGSPRÄNGARGRÄND (ESTOCOLMO)

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  Descobrir lugares não programados no roteiro turístico é um dos meus prazeres em viagens. Em Estocolmo fomos acompanhar nossa nora, filho e neta a um passeio próximo à Igreja de Sofia no bairro de Södermalm . No meio do caminho passamos por um parque infantil e essa é uma atração “turística” irresistível  para a nossa neta Flora. Por ali  ficamos um bom tempo, enquanto ela se divertia com as crianças do local. Depois de brincar com a neta e observar sem muita pressa a rotina dos moradores do bairro em um típico domingo, fui procurar a Igreja Sofia. A encontrei ao subir uma colina, conhecida como Montanhas Branca, no Parque Vita Bergen, a poucos metros dali. A Igreja Sofia, inaugurada em 1907, é uma construção neoclássica, no estilo românico, projetada pelo arquiteto sueco Gustaf Hermansson. Com suas paredes em granito vermelho claro e telhados em cobre na cor verde é uma estrutura imponente, mas minha maior atenção se voltou para uma pequena rua não pavimentada com casas de madeira q