OS AROMAS DE CÓRDOBA (ANDALUZIA)


 Os aromas estão no ar de Córdoba, ao andar pelas ruas do seu centro histórico. Assim os descreveu Divina, quando da nossa visita à cidade: “O perfume das laranjeiras acompanharam as caminhadas, sobretudo as noturnas. Como nem tudo são flores ou laranjeiras, o fedor dos cavalos também se sobressaiu. Eu diria que Córdoba é uma cidade dúbia, um lado que nos remete à natureza animal, capaz de destruir e maquiar a história - fedor das fezes - e um lado que nos remete à pureza e resignação da natureza humana - olor de Azahar.” 


O Azahar, flor de los naranjos, remete à herança dos mouros e dos tempos em que a cidade foi a capital do Califado de Córdoba (Khilāfat Qurṭuba). O estrume animal aos cavalos que ainda se pode ver trafegando em charretes nos passeios turísticos, mas que também alude ao “caballo andaluz”, famosa raça, conhecida desde a antiguidade romana naquela região.

Os aromas estão nas calles de Córdoba. A Calleja de las Flores, com seus balcões e vasos floridos é uma delas, mas a maior parte das ruas é ladeada por laranjeiras, que florescem nos dias que antecedem a Semana Santa. Também estão nos vários jardins urbanos: Jardines de la Victoria, Jardines del Alcázar de los Reyes Cristianos, Jardines de la Memoria...Estão nos vários pátios, herança das casas romanas, que se abrem surpreendentes a partir das ruas. Estão no Páteo de Los Naranjos, o maior deles, e parte integrante da Mezquita. 

A fumaça e o perfume dos incensos paira e se eleva no ar devocional dos espaços religiosos. E também há aromas perfumados nos óleos colocados nas águas quentes dos banhos árabes, legado historicamente ligado às tradições religiosas, que permanece  na atualidade como profana atração turística. Mas são os aromas gastronômicos os que mais encantam e se fixam na memória. De novo é Divina que bem descreve a experiência que compartilhamos: 


“O melhor ficou por conta da teteria Caravasar de Qurtuba, nas Rutas de la Judiria. O melhor Cous Cous ternera que já experimentei. Uma explosão de aromas e sabores. O ambiente era tão aconchegante que retornei a noite para un té brisas de orienta con dulces árabes, antes de ir, à meia noite, para o banho árabe.”





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