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Mostrando postagens de junho, 2020

COMO SÃO LINDOS OS CHINESES

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“Como são lindos os chineses Naquela maneira sincera de sorrir E no modo gentil de falar” “Como são lindos os chineses Naquela maneira comprida de vestir E no modo tão curto de andar “Como são lindos os chineses Naquela maneira discreta de comer E no modo tranqüilo, pensar” “Como são lindos os chineses Naquela maneira direta de sentir E no modo sutil de lutar” Como São Lindos Os Chineses (Música e Letra: Péricles Cavalcanti) Texto e Fotos:  Sergio Ulisses Jatobá 

O CÉU DE LISBOA

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“O Céu de Lisboa” é o título de um filme de Win Wenders, cineasta mais conhecido por Paris, Texas, Asas do Desejo ou Buena Vista Social Club. É a estória de um engenheiro de som que vai a Lisboa para encontrar um cineasta alemão e o ajudar na sonorização de um filme em construção. No entanto, ele não consegue encontrá-lo, mas na sua busca grava sons da cidade, lê a poesia de Fernando Pessoa e conhece o grupo musical Madredeus, apaixonando-se pela sua cantora, Teresa Salgueiro.   Muitas cenas do filme se passam em Alfama, bairro famoso pelas muitas casas de fado, gênero musical que o Madredeus reinventa na sua música, ao mesmo tempo tradicional e contemporânea. Quando se chega à Lisboa pelo mar, ou pelo Tejo, rio que se confunde com o mar na sua foz, se aporta em frente ao bairro de Alfama, no atual Terminal de Cruzeiros. Assim Pessoa descreve essa chegada:     “Para o viajante que chega por mar, Lisboa, vista assim de longe, ergue-se como uma bela visão de sonho, sobressaind

PELA JANELA DE UM TREM ÀS MARGENS DO DOURO

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Setembro evoca viagens. Setembro evoca paisagens novas. Setembro evoca paisagens que passam pela janela de um trem. Estou na estação de trens de Campanhã na cidade do Porto, Portugal. Aguardo um trem para Peso da Régua, cidade às margens do rio Douro. Enquanto isso, leio um texto intitulado “Inventário de Setembro”. Certo trecho diz: “O sono é uma pequena morte. Dentro dele pode se sonhar os anos futuros. Mesmo aqueles que já não habitaremos”. (Inventário de Setembro). Para os franceses a “pequena morte” é aquele instante de cansaço e desfalecimento que sucede ao prazer orgástico. Seria então o pós-orgasmo o sono que sucede à plenitude efêmera do desejo? Um sono povoado por sonhos, um cansaço bom, uma pequena morte com direito ao retorno à vida. “Andamos todos perdidos nas grandes cidades do nosso tempo, à procura de uma porta de saída. Se tivermos a sorte de encontrá-la, pode acontecer de percorrer com novos olhos uma geografia de afetos perdidos que embalará

RUA DA FELICIDADE EM MACAU

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Trecho de texto de autor anônimo constante do livro "Toponímia de Macau" de autoria de Padre Manuel Teixeira "A Rua da Felicidade era, em pleno dia, uma rua como qualquer outra do Bazar. As «casas das flores» tinham as janelas fechadas, porque se dormia a sono solto, depois da faina da véspera. No começo da tarde, ouviam-se o dedilhar dos instrumentos de corda das alunas que faziam o aprendizado de cantadeiras e o matraquear das pedras de «má-tcheok». Ao anoitecer, acendiam-se os lampeões, as casas apareciam, uma a uma, iluminadas. Era a hora em que as cantadeiras ou pei-pa-chais começavam a vestir-se, a «florear-se» de carmim, a perfumar-se. As mais exigentes demoravam-se horas neste ritual, rodeadas de «mui-tchais» e das aprendizes que mais tarde seriam futuras cantadeiras. Noite fechada, as de menor fama desciam e ficavam à entrada, em grupos, muito pintadas, com flores e ornamentos nos penteados, trajando cabaias de cores berrantes, abanando-se e conversando g

A CULTURA CHINESA DO CHÁ EM MACAU E SUA RELAÇÃO COM PORTUGAL E BRASIL

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A palavra cha (茶 ) tem a mesma fonética em mandarim e em português. Não é por acaso. Macau, colônia portuguesa desde o Sec. XVI, foi a primeira porta de acesso à cultura do chá para o ocidente. As missões comerciais portuguesas à Macau assimilaram a forma como ouviam os chineses pronunciaram o nome do produto e o adotaram, porém com a grafia portuguesa. A cultura do chá, também presente no Japão, com algumas diferenças, tem origem, segundo a lenda chinesa, com o imperador Shen Nong (神农), que quando fervia água, próximo a uma árvore, não percebeu que no recipiente caíram algumas de suas folhas. Após tapá-lo, percebeu um agradável aroma que dele exalava e resolvendo provar da água, descobriu uma deliciosa bebida. No Brasil a primeira aproximação com a cultura chinesa do chá ocorre quando Dom João VI decide trazer cerca de 500 chineses de Macau para trabalhar no seu cultivo em terras brasileiras. Não houve o êxito esperado, mas iniciou-se ali uma ligação importante entre as duas naç

GION ALÉM DAS GUEIXAS DE KYOTO

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As gueixas sempre habitaram o imaginário de ocidentais, mas geralmente de uma maneira distorcida. Como ainda se acredita, elas não são prostitutas de luxo e sim mulheres preparadas para o culto às artes e às tradições japonesas. A origem de tal distorção, segundo os japoneses, se dá na ocupação aliada no Japão, após a Segunda Guerra Mundial. Algumas prostitutas se vestiam como gueixas para atrair soldados americanos e se criou a ideia ocidental que relacionava serviços sexuais com gueixas. O filme “Memórias de uma gueixa”, de Rob Marshall, de 2005, contribuiu para reforçar essa ideia e ainda provocou reações negativas no Japão e mesmo na China, pois as atrizes principais no papel de gueixas eram chinesas.  Em Kyoto, a curiosidade pelo ofício das gueixas, faz com que Gion, o mais famoso bairro onde elas habitam, seja uma das principais atrações turísticas. Na verdade, a origem de Gion está ligada à presença no bairro e nas suas proximidades de lugares sagrados de peregrinação como o T