RUA DA FELICIDADE EM MACAU

Trecho de texto de autor anônimo constante do livro "Toponímia de Macau" de autoria de Padre Manuel Teixeira "A Rua da Felicidade era, em pleno dia, uma rua como qualquer outra do Bazar. As «casas das flores» tinham as janelas fechadas, porque se dormia a sono solto, depois da faina da véspera.
No começo da tarde, ouviam-se o dedilhar dos instrumentos de corda das alunas que faziam o aprendizado de cantadeiras e o matraquear das pedras de «má-tcheok». Ao anoitecer, acendiam-se os lampeões, as casas apareciam, uma a uma, iluminadas. Era a hora em que as cantadeiras ou pei-pa-chais começavam a vestir-se, a «florear-se» de carmim, a perfumar-se.
As mais exigentes demoravam-se horas neste ritual, rodeadas de «mui-tchais» e das aprendizes que mais tarde seriam futuras cantadeiras. Noite fechada, as de menor fama desciam e ficavam à entrada, em grupos, muito pintadas, com flores e ornamentos nos penteados, trajando cabaias de cores berrantes, abanando-se e conversando garrulamente.
Espreitavam, a cada passo e sem alarde, a rua, onde passavam potenciais clientes. As de maior fama, as consagradas, ficavam nos seus quartos ou jogavam o «má-tcheok» ou o «tin-kao», aguardando por mensagens que as convocariam para os «coulaus» e hospedarias e até para as casas particulares. Ou, então, recebiam os fregueses, nos seus próprios aposentos o que era uma concessão muito especial".
Fonte: https://cronicasmacaenses.com/2013/04/02/macau-02-rua-da-felicidade-uma-visao-em-1975/

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