ARCOS DE LA FRONTERA (ANDALUZIA)
Visitamos Arcos de La Frontera antes de chegar à Ronda. Portanto, foi a primeira visão de uma cidade que mira o abismo que tivemos, preparando nos para a experiência de Ronda. Foi também o primeiro dos Pueblos Blancos de Andaluzia que conhecemos. Arcos costuma ser um dos primeiros lugares a ser visitado pelos turistas em um roteiro pelos Pueblos de Andaluzia e assim também foi conosco. Usando (ou abusando de) uma imagem paranomásica, eu diria que passar por Arcos, para nós, foi atravessar a fronteira que separa as cidades comuns das abissais.
Vale do Rio Guadalete do Mirador De La Peña. |
Inicia-se pela Calle Debajo del Corral até encontrar a Calle Corredera e depois segue-se pela Calle Cuesta de Belén, vendo a paisagem urbana se tornar cada vez mais interessante e as ruas mais estreitas, até se chegar à Plaza del Cabildo. Ali naquela praça, finalmente, o espaço se alarga e se pode admirar os imponentes prédios do Ajuntamiento, do Parador Nacional e da Basílica Menor de Santa María de la Asunción. Mas a visão só se abre totalmente ao se acercar do Mirador De La Peña, ou Del Coño (como os espanhóis o chamam, querendo traduzir a surpresa em uma expressão popular: “Coño, que alto está!”), de onde a paisagem do vale do Rio Guadalete se abre infinda ao olhar.
É impactante, mas não é o mais interessante a se ver em Arcos de La
Frontera. Ao seguir adiante nas ruelas estreitas, nas quais em muitos pontos se
formam arcos, o burburinho turístico parece diminuir e os rincões inesperados
se tornam a atração. Largos, onde mesas
conformam locais para comer “un bocadillo” e beber “un buen vino”, igrejas, palácios e conventos milenares no caminho,
miradores com novas perspectivas do vale, páteos onde portas e janelas oferecem
a vista indiscreta e não velada de casas e pessoas do local. É o melhor e o
mais surpreendente do passeio.
Poucas horas em Arcos de La Frontera preenchem um bom tempo nos espaços
da memória. Momentos nos quais o
tempo se paralisa e se fixa em um poema:
“Arcos de la Frontera,
El pueblo arriba,
El rio abajo.
En peña vieja,
Nueva lagarto.
El perro azul de su rio
Echado a los pies del amo”
(Gloria Fuertes)
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