AS CORES DE BUDAPESTE

Budapeste é amarela no filme de Walter Carvalho, realizado a partir do romance homônimo de Chico Buarque. Budapeste nos pareceu cinza a primeira impressão. No caminho do aeroporto, antes de chegarmos ao nosso hotel, localizado na área central, os prédios que vimos nos pareceram velhos e sujos, melhorando a medida em que nos aproximávamos do centro (algo comum quando chegamos às cidades que visitamos). Porém, quando o taxi particular (contratado pela internet – Fox Transfer) adentrou a Rua Raday (a rua de pedestre e cheia de bares e restaurantes onde ficava nosso hotel ) percebemos que o lugar onde ficaríamos era legal. Em frente ao hotel um grupo de jovens festejava de forma efusiva talvez a vitória do seu time ou algo que os entusiasmava muito. Era uma comemoração barulhenta e havia uma coreografia que eles faziam, entre maluca e ridícula, que no final era muito alegre e engraçada e acabou sendo um ótimo recepção para nós.

Quando saímos para dar uma volta na cidade, o céu estava mais cinzento, anunciando uma chuva, que felizmente não veio. Aliás, como nos falou Robin, o simpático motorista que nos apanhou no aeroporto, choveu até um dia antes da nossa chegada e nos trouxemos o bom tempo de volta. Bom tempo mais no conceito deles do que no nosso, pois apesar de não haver  chovido até o final da nossa breve estada em Budapeste, o céu nunca adquiriu a luminosidade e o azul que temos no Brasil. Até aquele momento Budapeste ainda era cinza.


Budapeste se mostrou dourada, contudo, quando caiu a noite e os belos edifícios a beira do Danúbio se iluminaram. No passeio de barco que fizemos a noite foi possível perceber o quanto Budapeste é muito bonita da perspectiva de quem navega pelo Danúbio. O Castelo de Buda, o Bastião dos Pescadores, o Parlamento, A Chain Bridge, a Citadela e outros prédios iluminados criam um encanto mágico e fazem com que o Danúbio em Budapeste pareça mais belo e integrado à cidade do que em Viena. Esta visão da cidade nos pareceu mais bonita até do que a vista panorâmica da cidade que se vislumbra do alto da Citadela, o ponto mais alto em Buda.


Ghost-writer

A estátua do Anonymus no Parque Municipal Varosliget também está no filme “Budapeste”. É uma alusão ao personagem principal do filme e do romance, o ghost-writer Zsozé Kószta. Na verdade a estátua é uma homenagem ao monge e escrivão do Rei Belá III  que no século XII escreveu a Gesta Hungarorum, a historia pretérita dos húngaros. Na trilha do turismo inspirado no filme é interessante também conhecer a livraria Írók Boltja na Avenida Andrássy, uma das locações do filme e local de reunião de escritores húngaros. Nesta livraria José Costa encontra  Kriska, a bela professora que lhe ensina o húngaro e dalí sai deslizando nos seus patins pelas calçadas da famosa avenida. 


Pontes

São nove as pontes que cruzam o Danúbio em Budapeste. As pontes ligam Buda e Peste, as duas partes da cidade, que têm origens e paisagens urbanas diferentes. Enquanto, Buda tem partes elevadas onde se localizam alguns dos monumentos mais visitados da cidade e de onde se pode admirar Budapeste do alto, Peste é a parte mais plana e urbanizada da cidade. A primeira a ser construída e mais famosa das pontes é a Lánchíd, Ponte das Correntes. Outras pontes próximas a área central são a Ponte Szabadság, que fica próxima ao Mercado Central e a Ponte Erzsébet, mais próxima a Vaci Utca, a famosa rua de pedestres com muitos bares, lojinhas e animação no centro da cidade. As quatro pontes mais antigas de Budapeste foram destruídas na segunda guerra mundial e depois reconstruídas.

Texto e Fotos: Sérgio Ulisses Jatobá


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